quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Dali e Lijiang

Durante o jantar de Natal conheci uma canadiana que me perguntou se andava a procura duma "travel buddy", ao que protamente respondi q sim, é sempre bom ter companhia.

Dia 27dez partimos em busca duma estação de autocarros que os levasse a Dali. Bilheteira e bilhete em chinês. Qual a porta? Qual a hora? Bom, lá conseguimos perceber no meio de gestos e grunhidos... 5 horas depois estávamos em Dali. Mas não era bem a Dali que nós pensávamos. O nosso destino seria old dali e não new dali, ou Xiaguan.
Luis Lorena, uma palavra agora para ti, que bem me avisaste no teu blog, mas eu cometi o mesmo erro! Lá enocntrámos o autocarro nº 2, que nos levou ao autocarro nº 4, que por sua vez nos levou até OLD DALI.
Nesta cidade tudo se passa dentro de muralhas, no meio de montanhas. Deparei-me com um frio que entra nos ossos e congela. Deparei-me com uma realidade diferente, com uma realidade sem aquecedores e pouca água quente, mas também por 2euros nunca se pode pedir muito.

Dali é uma zona turística mas não choca! Conhecemos uma australiana mal chegámos lá (tadinha estava a viajar ha três anos...) e combinámos ir subir a montanha com ela no dia seguinte.
Mais uma vez, Luis Lorena, não sei porque não segui o teu conselho e ir de cavalo/burro até lá ao topo. Passei 3 horas a subir escadas e trilhas na montanha, subimos até quase 4000metros de altitude. A respiração fica estranha, o coração bate a mil, as pernas quase cediam, a cabeça meia zonza... E ainda íamos a meio!!! Não se brinca com altitude!
Mas depois chegar lá acima, uma vista incrível, pequenos templos abandonados ao tempo e ao vento, ravinas gigantes, cascatas no meio de montanhas densas cobertas de pinheiros... Compensa o esforço... Atravessámos a montanha para o outro lado, desta vez, a direito, o que me fez muito feliz, e voltámos para baixo num género de ovos (como na neve...).
Depois de todo este esforço físico nada melhor do que um grande jantar tibetano. Ingerimos todas as calorias que gastámos, conversámos sobre a China e cultura chinesa, juntou-se um alemão e foi uma noite muito bem passada.

No dia seguinte apanhei um autocarro para Lijiang. A Jen e a Kate ficaram em Dali, os planos delas passam por uma semana de meditação e yoga num mosteiro perdido no meio duma montanha qualquer na China. O que adorava fazer mas dada a falta de tempo, nunca seria possível!

Lijiang é a capital turística do país. Mas agora a época é baixa por isso não se vêm muitos turistas. Os que há, são chineses.

Fiquei a dormir na old town, num backpacker muito simpático, onde se falava inglês, inacreditável! Conheci um casal alemão que está a viver em Pequim, recém-licenciados em Direito. Fiquei de lhes ligar para vermos a Great Wall coberta de neve juntos.
Passeei pela old town durante o dia, uma briza gelava o meu nariz de vez em quando, mas ao sol estava-se tão bem. Ruas estreitas, casinhas típicas de madeira, pequenos richos e pontes velhas de pedra... Velhinhas com os trajes Naxi (cultura de Lijiang), crianças que mal começaram a andar já andam com um mini cão pela trela, ou com uma cabrinha bebé...
Visitei a residência da família Mu, um mega palácio com jardins infindáveis, com templos familiares e com uma vista sobre a old town de cortar a respirção. Passeei pela Balck Dragon Pool, que decididamente não merece os 6euros de entrada.
Apesar de ser turístico adorei passear pelas ruas menos populares, subir e descer escadas esconças, perder-me dentro da labiríntica old town sempre a fugir da sombra e à procura do sol. Tive de comprar cachecol, luvas e gorro.

De volta a Kunming... Dia 31 Dezembro... Passagem de ano! Já ouvi muitos planos, não temos certeza de nenhum. Como qualquer passagem de ano que se preze, tudo se decide à última da hora! De notar que a passagem de ano chinesa se celebra dia 14 Fevereiro e não hoje à noite.

Dia 2Jan parto para Pequim, onde me esperam -15ºC. Wish me luck!

Welcome to China!

Estou na CHINA!
Fui recebida em Kunming com um sol radioso, não muito frio, e o Kelly à porta do prédio de braços abertos para me pagar o taxi!
Cheguei dia 25Dez, dia de Natal e dia de jantarada no palacete. Sim, um autêntico palacete: 14º andar dum prédio dentro dum condomínio fechado com segurança à porta, duche com massagens e rádio, uma sala maior que a minha casa em Melbourne e uma varanda fechada onde bate o sol o dia todo!
Fomos almoçar a um restaurante chinês onde o Kelly escolheu a dedo todos os pratos. Vamos lá voltar hoje, é tão bom! Fizémos as compras de última hora e voltámos para casa para organizar tudo. O Kelly incarnou no Jamie Oliver e preparou o maior repasto da história.
Foi um Natal diferente mas óptimo! Havia sopa de bróculos, perú, batatas no forno e puré, ervilhas com bacon, mil sobremesas, troca de presentes e ainda uma noitada numa disco chinoca.
Estavam perto de 50 pessoas de todo o Mundo cá em casa mas obviamente passei mais tempo com dois australianos de Melbourne, o Steve e a Ruby, um espanhol completamente alucinado, o David e uma americana, a Jen. Todos estão cá a aprender chinês cm o Kelly. Não sei o que leva esta gente a querer aprender esta língua estranha (que para mim não passa duns grunhidos...).

Mas falemos da China, falemos dos chineses.
Falam alto, vão buscar escarretas ao estômago (só pode, pelo barulho!), cospem no chão, arrotam e peidam-se com a maior naturalidade do mundo. Sim, é nojento, e ainda bem que não vou estar cá tempo suficiente para me habituar. Tal como não me vou habituar aos buracos no chão a que eles chamam de retrete. Andar com lenços e papel na carteira é obrigatório!
Não falam inglês, nem uma palavra, nada, e por alguma razão que desconheço, acham que toda a gente fala e percebe chinês, incluindo eu. Limito-me a abanar a cabeça e rir.
É um país sem dúvida oprimido pelo comunismo onde a opinião fica connosco e está proibida de ser espressada, onde o facebook, twitter, blogs e myspace estão bloqueados pelo governo (o Kelly é um endrominator e arranjou aqui um esquema qualquer...), onde qualquer ataque pessoal ao comunismo é castigado com longos anos na prisão.
O custo de vida é sem dúvida uma vantagem. Come-se por 1 euro, dorme-se por 2,50euros.

Os meus dias aqui prometem... Isto sim vai ser uma aventura!

Crazy and happy Laos

"The world is a book and those who do not travel read only one page", St. Augustine.

Não era suposto, não estava planeado, mas acabei mesmo por ir ao Laos. Sinto-me realizada em todos os sentidos, foi a melhor escolha da viagem e foi sem dúvida o país que mais gostei!

Apanhei um avião/avioneta da Lao airlines que levava 30 passageiros. Conheci todos os não asiáticos que íam no avião. E não só conheci como passei com eles todos os dias até voar para a China. Estou a viajar sozinha agora, o que ESTOU A ADORAR, por isso converso com tudo o que mexe!
O grupo fez a minha estadia melhorar em 300%! Dois australianos de Melbourne (!!!), duas australianas de Perth, um holandês e eu. Ficámos todos as dormir no mesmo sítio em Luang Prabang, Spicy Lao backpackers.
Luang Prabang é uma antiga colónia francesa e isso vê-se nas casas coloniais. É uma vilinha pescatória, mas sofisticada, inundada de templos e monges budistas, muito calor, a comida é de se perder a cabeça e um night market que deixa qualquer carteira vazia! Não há lixo no chão, não há pedintes nem densidades populacionais proibitivas, e há muitos turistas, mas tem uma "vibe" relaxada, pessoas muito simpáticas e tudo o que se pode pedir nas férias.
Vi um pôr-do-sol lindo num barco no Rio Mekong com as minhas amigas australianas e duas belgas que se juntaram à grupa do avião.
À noite janta-se num dos mil restaurantes com comida típica ou no night market por menos de 1Euro. A jola bebe-se no Utopia, um sítio onde mal entrei pensei "quero abrir uma cena destas, igual, sem tirar nem pôr, em Lisboa!". Até volei se jogou neste bar! Os bares fecham as 23h30 e segue-se para a disco ou para o bowling. Escolhemos o bowling, e que bem escolhido, foi a maior risada (fiquei em último óbvio!!).

Juntámos ao grupo um canadiano, um americano e um inglês e fomos todos para as Khagshi Waterfalls. Subimos a cascata até ao topo, voltámos a descer e completamnete alagados da caminhada, acabámos em grande todos a nadar em águas azul turqueza.

De Luang Prabang segui num mini bus com mais cinco australianos para Vang Vieng. Um deles era o sósia do Mick Fanning! Perigo de viagem, curvas e contracurvas, íamos matando vacas, cabras e motociclistas, uma aventura. Chegada a Vang Vieng instalei-me no Spicy Lao, outra vez. Bungalows em cima do rio, fogueirinha, zona comum com pc´s, bananas, baguetes e livros... e a grupa que estava em Luang Prabang, estava igualmente aqui!
Vang Vieng não tem estradas alcatroadas, a maioria das guesthouses são bungalows, é um destino muito conhecido entre jovens de todo o mundo dada a oferta variada de bares, alcoól e drogas. Mas, a verdadeira razão da fama desta terra é só uma: TUBING!
Primeiro que tudo (Mãe, isto é para si!), não é bem como as pessoas descrevem na internet. Sim, houve uma miúda que morreu. Sim, há muito alcoól e muitas drogas, mas isso há no mundo inteiro, não é preciso estar aqui!
O Tubing consiste um descer um rio a nado ou numa bóia gigante, ou mesmo a pé, ir parando nos bares que estão espalhados pelas margens, dançar, conhecer milhões de pessoas, rir rir rir, saltar para água em rappel ou com cordas de 5metros de altura e escorregas (que sabe sempre bem visto estarem 35º), matar a sede com jolas fresquinhas e passar um dos melhores dias de sempre! No funso é uma grande festa ao ar livre ao londo dum rio, que começa ao meio dia e acaba as 17h!

Dia 24Dez despedi-me dos meus amiguinhos e segui para Vientiane, capital do Laos, onde não se passa nada, com o único propósito de apanhar o avião para Kunming, China.

Ficam boas memórias deste país! Passei mais dias aqui no Laos do que o inicialmente planeado mas também para quê mudar se é tudo tão bom? Gostava de cá voltar todos os anos! Conheci tanta gente aqui, fiz amigos do mundo inteiro, diverti-me mais que nunca, passei 8 dias BRUTAIS!!

Hanoi, Halong Bay e Sapa

Sim, eu sei... É dia 30Dezembro, estou com um atraso brutal, mas acontece que estes dias têm sido uma autêntica aventura, sem tempo para escrever... Mas prometo que hoje actualizo tudo!

Ainda em Saigão, visitámos o Museu da Guerra. Acho que o que vi dentro daquela exposição me fez gostar ainda menos da cidade, não que esteja directamente relacionado, mas é um choque perceber que depois de tantos anos, está ali um povo que ainda sofre diariamente.
Saí do museu e achei que ainda existia guerra, que ainda havia granadas a explodir, armas a serem disparadas e tanques a varrerem pessoas sem dó nem piedade... Claro que nada daquilo se passava, era tudo fruto da minha imaginação fértil, mas saber que há crianças a nascer todos os dias cegas ou surdas, sem braços nem pernas, por causa dos ácidos largados pelos americanos, foi algo que ficou na minha memória durante alguns dias e que, admito, me transtornou!

Decidimos apanhar um avião de Saigão até Hanoi. Infelizmente não deu para conhecer nada na costa do Vietnam (fica já aqui uma sugestão: a minha próxima viagem será sem dúvida para conhecer a "parte boa" do Vietname, quem se quiser juntar...). Depois da experiência do autocarro preferimos pagar mais uns euritos e demorar 1 hora.

Hanoi é bem mais simpático do que Saigão, a meu ver. Como devem ter percebido não adorei Saigão, a não ser os túneis...
Dormimos umas horas e partimos cedo para Halong Bay. A 4 horas de autocarro de Hanoi, esta baía inundada de milhares de ilhas de todos os tamanhos e feitios, é ums dos highlights do Vietname, um dos cartões de visita do país e, depois de lá ter estado, percebi porquê, e recomendo.
Na estrada entre Hanoi e Halong Bay é possível ver todos os tipos de animais, cemitérios, prédios inacabados. Mas depois no horizonte, destiguem-se os chapelinhos bicudos dos vietnamitas nos campos de arroz (normalmente mulheres... os homens pouco fazem neste país!). Ultrapassa-se pela esquerda e pela direita, normalmente pelos dois lados ao mesmo tempo, numa estrada onde existe uma só faixa para cada sentido. Não há sinais e quando há obviamente não se respeitam.
O plano era passar dois dias e uma noite num barco e os meus olhos até ficaram em bico quando percebi o luxo em que íamos viajar, tendo em conta os sítios por onde andámos. Foi dos melhores duches! Como esta é época baixa, não havia muitos barcos, o que também ajudou. Uma curiosidade, todos os barcos têm a bandeira Vietnamita, penso que é pelo facto de o governo investir bastante nesta zona como fomento ao turismo.
Parámos numa vilinha de pescadores flutuante e consegui "conversar", através do guia que serviu de intérprete, com um pescador mais velho. Percebi que vivia ali desde criança com a sua família. Os seus olhos e rugas espelhavam uma vida passada no mar, ao sol, a pescar, uma vida cheia e rica.
O fim de tarde foi épico, ao som de Bryan Adams numas velhas colunas, na companhia de duas francesas, comeram-se pringles, beberam-se jolas e viu-se um pôr-do-sol memorável.
Estar ali é estar em paz. A calma e um silêncio para compensar a confusão das grandes cidades. Senti a minha cabeça (e o meu coração) a acalmar depois da quase revolta interior que experienciei em Saigão. Lembro-me de ter pensado e talvez até cheguei a dizer alto "É bom estar aqui!".
Já percebi o porquê da nomeação deste paraíso como património mundial. Foi a primeira vez que consegui ler um meu livro sem motas ou buzinas como música de fundo.
Às 18h o jantar foi servido em mesas de madeira maciça e com direito a toalhas e guardanapos de linho. O chiqué! A noite acabou em grande com o staff a dar um autêntico show no karaoke. Escorriam-me lágrimas pela cara quando os vietnamitas decidiram cantar Celine Dion, Bryan Adams e Beatles. O grupo parecia ter sido escolhido a dedo e todos alinharam em cantar (MENOS O GUILHERME!!!!!). Foi um momento para recordar!

De volta a Hanoi. Mas só por mais umas horas, outra vez. Desta vez o destino era Sapa.
O combóio era as 20h, 10 horas a dormir com direito a cama, e chegávamos ao destino as 6h. Mas como viajar no Vietname NUNCA corre como o previsto... Saímos as 22h30 e chegámos as 8h30.
Ficámos a dormir uma noite num hotel e os dois dias foram passados a passear pelas vilas "around Sapa", no meio das montanhas, separadas por rios e campos de arroz intermináveis. É um sítio muito turístico mas não perdeu o encanto. As crianças falam inglês. As miúdas deixam de ir à escola quando fazem 11 ou 12 anos para trabalharem no artesanato local e ajudarem nos campos de arroz, enquanto os rapazes nunca deixam de estudar. Mais uma vez: mulher tem vida dura neste país! Quantas vezes vi eu os homens deitados em redes enquanto as mulheres, com uma criança às costas, trabalhavam nos campos.
No primeiro dia passeámos pela montanha e visitámos pequenas aldeias. As crianças sujas e seminuas são a fotografia perfeita, mas a troco sempre de alguma coisa, "não há almoços grátis" em Sapa. No segundo passámos o dia a saltar de pedrinha em pedrinha para escapar aos campos lamacentos e aos riachos. Almoçámos maravilhosamente numa das aldeias na companhia de dois alemães e um inglês e pude, mais uma vez, comer sopa de abóbora! Sapa não tem poluição, existem escolas com grandes jardins, a cidade está cheia de espaços verdes e mercadinhos.
Voltámos para Hanoi, mais 10 horas de combóio, e passámos o dia a visitar a cidade.
Nesse mesmo dia fomos para o aeroporto. O Guilherme tinha avião de volta a Singapura. E eu... LAOS.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Cu Chi Tunnels

Acordar as 5h. 14 horas de autocarro. Passar a fronteira a pe. Entrar e sair do autocarro 6 vezes. Nao ver o passporte durante 1 hora. Bancos duros que nem pedra. Rabo quadrado.
E finalmente chegamos a Saigao.
Reparamos logo que as pessoas aqui vivem bem melhor que no Cambodja, usam capacete quando andam de mota (esta e a cidade no mundo com mais motas...), nao existem criancas seminuas a venderem o que lhes aparece a frente. Estamos na capital economica do Vietnam. Vimos carros com vidros fumados e pessoas bem vestidas.
Pobreza como a do Cambodja ja nao vemos aqui.

Ficamos a dormir numa ruazinha estreita que sai da rua principal e organizamos com uma agencia de viagens (nunca vi tantas juntas, nem em Cairns...) a nossa ida aos Cu Chi Tunnels.
Estes tuneis estendem-se por centenas de quilometros e vao ate a fronteira com Cambodja, onde viviam 17 mil vietcongs, e onde tambem morreram 12mil durante a guerra do Vietnam.
A nossa guia disse-nos: " Ha tres coisas em que os vietnamitas sao bons, desactivar bombas antigas (apesar de haver uns que se enganam...), bater records no numero de pessoas em cima duma scooter e construir tuneis". O instinto de sobrevivencia e a falta de materiais de guerra falou mais alto, fazendo com que uma autentica cidade fosse construida debaixo do chao, muitas vezes debaixo das bases americanas. Tinham cozinha, salas, entradas e saidas de ar e agua, portas falsas, escoltilhas para nao morrerem la dentro com granadas americanas, etc... As minas eram feitas com restos de bombas amercanas, as armadilhas com bambus e madeiras. Era preciso ter imaginacao. A media da altura dos soldados era 1.50m, logo eu nao precisei de me esforcar muito para andar la por dentro, ja o Guilherme...
Ainda tivemos direito a um lanche de tapioca com um cha duma arvore qualquer, falha-me a memoria, que era a comida dos soldados na altura. Por soldados entenda-se homens, mulheres e criancas.
A nossa guia e as pessoas que trabalham nas agencias de viagens conhecem Portugal. E conhecem Lisboa. E mais... Conhecem o Sporting. Tudo a pala do Cristivandro Reinaldo. E descobrimos que ha um tal de Calisto, portugues, a trabalhar aqui como treinador de futebol.

Jantamos na rua principal (voltei a repetir a sopa de abobora...) e deparamo-nos com a maior festa... Apanhamos o aniversario do Rei am Bangkok e ontem o Vietnam ganhou um jogo e futebol ao Cambodja (no ambito dos 2009 Sea Games, no Laos), motivo de festa nacional. Nunca na minha vida pensei ser possivel ver tantas motas num espaco tao pequeno, todas com 3 pessoas no minimo a agitarem a bandeira nacional!

Contamos ainda com a companhia de tres portugueses que encontramos no meio da rua (e porque os tugas se topam a miles...) e ainda demos um passinho de danca ao som de Meatloaf com uns irlandeses loucos varridos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

De Siem Reap a Angkor Thom

Estamos em Siem Reap e a minha companhia de viagem nao podia ser melhor. Passamos os dias a rir!
Siem Reap foi uma surpresa porque nunca pensei no meio do nada haver uma vilinha com tantos bares e restaurantes do tipo western. Ha muita gente que nao passa sequer por Phnom Penh antes de vir para aqui ver os templos. E nao duvido que haja tambem muita gente (ozzys!!!) que vem para aqui beber copos ate cair para o lado e nao vem templos coisissima nenhuma, porque o preco da entrada nos templos aqui (20 USD) sao o suficiente para 3 bezanas, e das grandes.
Temos optado pela comida tradicional cambodjiana e ontem jantei uma sopa de abobora muito conhecida por estas paragens que me deixou com vontade de me alimentar dela ate ao fim da vida!
Ha restaurantes e bares para todos os gostos e feitios, asiaticos, italianos e americanos. Ha pubs e bares que fazem lembrar Melbourne.
Mas a pobreza impera e as vezes somos obrigados e ver coisas q os nossos olhos n desejam, como anteontem, eu e o Guilherme estavamos a voltar para o nosso hotel quando uma crianca de 4 anos nos aborda a pedir leite. Qdo olhamos tinha uma lenco a volta do corpo com um bebe de 6 meses a dormir pendurado nela... Faz tanto confusao olhar como nao olhar... E ficamos a pensar nela ate hoje.

Mas agora sobre os templos, que foi para isso que me enfiei num barco durante 6 horas (e os meus amigos companheiros palhacos de viagem quase apanharam uma insolacao!).

Fizemos business com um condutor de tuk-tuk e ele andou connosco para tras e para a frente (small circuit 10USD; big circuit 15USD).
Os dois templos mais importantes, mais bonitos e mais bem conservados sao o Angkow Wat (cereja no topo do bolo!) e o Bayon. Dantes as casas eram feitas de madeira e so os deus podiam ter casas de pedra. OS templos sao pedras em cima umas das outras, colunas trabalhadas, esculturas de buddhas, leoes e elefantes, autenticos labirintos e muitos tem piscinas e lagos por perto.
O Angkor Wat foi construido no inicio do Sec. XII pelo rei Suriyavarman II como "state temple" e capital da cidade de Angkor Thom. Pela sua importancia e perservacao e hoje em dia um dos simbolos do Cambodja e aperece na bandeira nacional. Ja para nao falar da atraccao turistica que fomenta, dentro de todas as limitacoes que aqui se passam, a economia nacional, se e que assim se pode chamar.
Hoje vimos o sol nascer por tras deste templo e e realmente imponente. Pena o meu cabo USB da maquina ter ficado algures e eu nao conseguir passar as fotografias porque foi um momento daqueles que fica guardado na memoria.
Depois do por do sol fomos ao Bayon. Ja sabiamos que nos iamos sentir obversados e que era igualmente especial. Foi construido para servir de "state temple" oficial dum rei Buddhista no principio do Sec. XIII. Depois de se subir degraus ingremes chega-se ao topo do templo onde inumeras caras esculpidas nos quatro lados das colunas nos observam.
Angkor Thom foi a ultima cidade capital no Imperio Khmer. A sua contrucao teve lugar no Se. XII e ocupa 9Km2.

A parte negativa da visita e sem duvida a quantidade de miudos que falam ingles na perfeicao, muitas vezes tambem frances e espanhol, que tentam vender o que quer que seja a troco de 1USD. O pior e que nao desistem ate lhes dizermos NAO bem alto e com um ar chateado, o que nunca e bom de se fazer quando se esta de ferias num lugar tao pacifico, que inspira tanta calma. As vezes eles sao simpaticos e comicos em vez de chatos e apesar de nao querer comprar NADA, o que deixo logo bem claro, aproveito para falar mais com eles e perceber o que fazem da vida para alem de venderem aguas, mangas, postais e livros. Normalmente mais nada... Normalmente, aquela e a vida deles com 4, 12 ou 20 anos.

Amanha a mim e ao Guilherme espera-nos uma viagem de 12 horas ate Ho Chi Minh City (aka Saigao)de autocarro enquanto o Sirocco volta para Singapura.

Mais novidades para breve...

domingo, 6 de dezembro de 2009

O comeco: Bangkok e Phnom Penh

Bangkok foi uma surpresa... E ainda penso na sensacao que tive quando me apercebi onde estava realmente.
E uma das cidades mais poluidas do Mundo e um dos destinos mais procurados por turistas que querem fazer praia, que sao budistas e, muito conhecido no SE Asiatico, pela prostituicao.
A confusao de pessoas, carros, motas, autocarros e animais faz lembrar um mercado ao ar livre que se estende por quilometros. Nao ha qualquer tipo de organizacao. O caos instalou-se na cidade e esta para ficar!
Visitamos os templos e o Grand Palace na companhia de dois amigos chilenos, conhecemos todos os mercados diurnos e nocturnos e passeamos perdidos no meio de Chinatown. Fizemos questao de apanhar todos os meios de transporte disponiveis (menos taxi mota), como o autocarro, o barco, o taxi o tuk tuk, o skytrain e o metro.
Ficamos a dormir no Green House Hotel, perto da caotica kao San Road, mas numa zona bem mais calma, com direito a ar condicionado e agua quente por 5euros a noite.
Apanhamos o aniversario do Rei, que deve ser a festa do ano para os Tailandeses. As ruas fecham, as pessoas nao trabalham, o Rei oferece comida e bebida para todos e a festa dura por 5 dias. O resultado foi muitas vezes sermos largados as feras, no meio do nada, tudo em festa, porque os taxis nao podiam andar nas ruas.
A nossa ultima noite foi passada no andar 59 dum hotel no CBD de Bangkok com uma vista que nos deixou "speechless".
Fica com certeza muita coisa por dizer, mas penso que nao havera melhor maneira do que verem com os vossos proprios olhos.


Agora estou em Phnom Penh, desde ontem a tarde, e estamos a dormir num hotel fantastico por 50euros as duas noites (um luxo por estas paragens!!), na companhia do Sirocco.

Ontem fomos jantar a um restaurante local e depois fomos a um bar que na altura da guerra era onde os jornalistas se reuniam para conversar e escrever e mandar as suas historias.

Este pais tem uma historia tragica e hoje visitei a prisao de pol pot e os killing fields. Entre 74 e 79 (so 4 anos antes de eu nascer!!), pol pot subiu ao poder e comandou o maior genocidio do mundo, sim (!!) maior q o da segunda guerra mundial. Morreram milhoes de pessoas. O proposito era acabar com todas as pessoas q tinham formacao, educacao e inteligencia, de forma a n haver oposicao. O objectivo era formar um pais com uma classe trabalhadora, dedicada especialmente a agricultura. Faz impressao ver q tudo isto se passou ha 30 anos... Na prisao e nos killing fields existem corpos de pessoas, esqueletos e cranios, roupas antigas, camas e outros materiais usadas na tortura por metodos barbaros.
E chocante ver a pobreza... E chocante saber que ao meu lado a ver a prisao se calhar estava o neto ou o filho de alguem q foi morto nestes 5 anos de terror! As pessoas eram sujeitas a torturas barbaras, sem explicacao!
Sera que metade do q realmente se passou veio ca para fora??
Mais espantoso e notar que a violencia pela qual passaram (ja para n falar da guerra do vietnam e da guerra civil q durou ate aos anos 90) nao se nota nos sorrisos que todos nos mostram. E impressionante como vivem conformados...
Hoje o nosso passeio foi sem duvida uma licao n so de historia, como de vida...